Francisco de Assis França, conhecido como Chico Science, foi um Ãcone da cultura pernambucana e uma figura fundamental no movimento Manguebeat, que revolucionou a música brasileira na década de 1990. Nascido em 13 de março de 1966, em Olinda, Pernambuco, Chico Science destacou-se não apenas por sua carreira musical, mas também por suas contribuições para a história e cultura do estado.
Chico Science iniciou sua trajetória artÃstica nos anos 80 como percussionista da banda Loustal. No entanto, foi com a criação da Nação Zumbi, ao lado de Lúcio Maia, que sua influência se tornou marcante. Juntos, eles fusionaram ritmos tradicionais pernambucanos, como o maracatu e o coco, com elementos da música eletrônica e do rock. Essa fusão resultou no surgimento do Manguebeat, um movimento que refletia a diversidade cultural e social de Pernambuco.
O Manguebeat não era apenas um estilo musical; era uma manifestação artÃstica que promovia a quebra de barreiras entre as classes sociais e celebrava a rica herança cultural do estado. Chico Science foi um dos principais articuladores desse movimento, que ganhou destaque nacional e internacional, influenciando uma geração de artistas e contribuindo para a redefinição da identidade musical brasileira.
O álbum "Da Lama ao Caos", lançado em 1994 pela Nação Zumbi com a participação de Chico Science, é considerado uma obra-prima do Manguebeat. As letras provocativas e a fusão única de estilos musicais fizeram com que o disco se tornasse um marco na história da música brasileira contemporânea. O sucesso do álbum consolidou Chico Science como um dos grandes visionários da cena musical do paÃs.
Infelizmente, a trajetória de Chico Science foi interrompida tragicamente em 1997, quando ele faleceu em um acidente de carro aos 30 anos de idade. Sua morte prematura deixou um vazio na cena musical brasileira, mas seu legado vive através da influência duradoura do Manguebeat e da Nação Zumbi, que continuou sua jornada após sua partida.
Chico Science é lembrado não apenas como um talentoso músico, mas como um verdadeiro agente de transformação cultural em Pernambuco. Sua capacidade de unir tradição e modernidade, de quebrar fronteiras e de celebrar a diversidade, faz dele uma figura emblemática na história do estado e uma fonte de inspiração para as gerações futuras. Seu impacto perdura não apenas nas notas musicais, mas na alma pulsante de Pernambuco.