Pernambuco Imortal
personalidades Melk Z-Da,Recife-Pernambuco

Melk Z-Da

Cidade: Recife

Descrição

Melk Z-Da é um dos poucos estilistas conceituais que se apresentam no Fashion Rio. E sabe disso. E faz questão de mostrar a cada temporada coleções que façam jus ao título que recebeu dos editores de moda mais importantes do Brasil, que costumam marcar presença na primeira fila dos seus desfiles. “Conceitual neste mundo comercial é quase um título kamikaze. Mas a vida é um kamikaze. Temos de arriscar sempre ou perdemos”, comenta Melk, que cresceu em meio a retalhos e linhas, já que a mãe e as tias costuravam e bordavam. “Mas não tinha interesse algum no assunto quando era pequeno”. Mas com o passar dos anos, a situação mudou…
Melk é pernambucano e começou a exercer a profissão de estilista em seu estado, na loja de tecidos que trabalhava, em 2000. “Tinha facilidade para desenhar e um certo interesse em roupa. Mas não criava. Ninguém queria criação. Copiava os modelos das revistas”, conta, com franqueza. Para poder fazer traços melhores, se envolveu numa pesquisa profunda de modelagem. “Para desenhar a peça, eu precisava entender a sua construção”. Autodidata, Melk elaborava o croqui e partia para as confecções para acompanhar o desenvolvimento da roupa. Não demorou muito para dominar a técnica e se inscrever em um concurso de novos talentos do Recife Fashion.
Seu primeiro desfile aconteceu em 2004. No ano seguinte, Eloysa Simão, então diretora do Fashion Rio, trouxe o pernambucano para desfilar nas passarelas cariocas. No Rio de Janeiro, o trabalho de Melk começou a ganhar visibilidade e espaço na mídia. Formado em Artes, costuma tirar suas referências de livros e filmes. Já desfilou coleções inspiradas emAlice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, no filme Noiva Cadáver, de Tim Burton, e no livro Danças Dramáticas do Brasil: Folclore, de Mário de Andrade. “Quase não tenho roupas. Tenho mais livros, Cds de música e filmes. Imagens, pessoas e histórias me influenciam”, revela o estilista, que tem como os filmes preferidos Peixe Grande, Corra, Lola, Corra, e O Fantástico Mundo de Jack. Apesar de mergulhar em seu próprio universo, Melk não deixa de olhar o trabalho alheio. No Brasil, admira o trabalho de Pedro Lourenço e de Alexandre Herchcovitch. Lá fora, gosta de Alexandre McQueen, Christopher Kane e Proenza Schouler.
Melk entrega que quer mesmo é fazer roupas bem feitas e diferentes, com identidade, conceito e história. “Uma peça viva, atemporal”. Ele tem a certeza absoluta que não desenha para todas, e não parece se incomodar. “Crio para a mulher que gosta de arte e design. E que é independente”. Atualmente, o pernambucano conta com apenas três pontos de venda. Mas promete mudanças para o futuro. “Vamos aumentar no inverno 2011. Tenho um representante internacional também”, finaliza o designer, que tem um nome tão original quanto o da sua marca: Melk Zdec Elias.

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